Mais Estranho que a Ficção

Acabei de assistir a um filme ótimo, de 2006: Mais Estranho que a Ficção (Stranger Than Fiction), uma comédia inteligente embora um pouco óbvia sobre… bem, sobre o sentido da vida.

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Falando sério: a premissa inicial do filme está na vida de um jovem auditor da receita que tem uma vida abaixo de medíocre que de repente se descobre ouvindo a voz de uma narradora, que descreve cada momento de sua vida. Algumas peripécias e ele descobre que vai morrer, e só quem pode evitar isso é a autora do livro — que ele passa a procurar desesperadamente.

Entretanto, o que mais me agradou no filme não foi a vida do protagonista, e sim a relação da escritora (Karen Eiffel, interpretada pela sempre maravilhosa Emma Thompson) com sua própria obra.

Na condição de blogueiro, identifiquei-me com o bloqueio criativo da autora, que a levava a procurar inspiração em lugares e situações “estranhos” ou embaraçosos para quem está de fora, e principalmente com a reação emocional que ela tem com o personagem de seu romance, notadamente na hora de escrever a cena da sua morte.

Quem escreve além de amontoar palavras-chave para caçar paraquedistas sabe que os textos vêm da alma (contenham eles personagens ou não), e por isso não há como não ter uma relação emocional com eles.

É provável que outras pessoas vejam o filme e o achem ruim. Mas de minha parte, foi um excelente divertimento. Foram duas horas de diversão fácil e sem apelações (quando ia aparecer a bunda de um monte de gordo tomando banho no vestiário da academia a Fox HD gentilmente desfocou a imagem nos pontos mais críticos).

Administrador de sistemas, CEO da PortoFácil, humanista, progressista, apreciador de computadores e bugigangas eletrônicas, acredita que os blogs nunca morrerão, por mais que as redes sociais pareçam tão sedutoras para as grandes massas.

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