Morre o ator Rubens de Falco

Escrever sobre a morte (real ou imaginária) de gente famosa é um dos expedientes mais usados por quem deseja atrair os chamados “paraquedistas”, que costumam ser os visitantes que mais rendem dinheiro a um site, mas no meu caso o objetivo é meramente prestar uma homenagem a este que foi um grande nome da cena artística brasileira.

Na verdade, eu não saberia especificar a data em que passei a admirar o sempre bigodudo Rubens de Falco. Eu era tão criança quando o via na tevê fazendo o papel de Vladimir na novela Um Homem Muito Especial, e lembro que a impressão que eu tinha era de que esse cara já teria nascido com uns trinta anos de idade, ou pelo menos já de bigode.

Mas sei que passei a admirá-lo quando a tevê brasileira (entenda-se: novelas da Globo) passou a abusar do sotaque nordestino e dos personagens ignorantes (como o inesquecível Tião “vinte mião na parma da minha mão, Padlívio” Galinha). Ele estava sendo entrevistado num programa desses de domingo, e perguntaram se ele não era mais convidado a fazer televisão, ou se era outra a razão para o seu sumiço. Ele então respondeu que ele tinha muitos convites, mas normalmente andava a recusá-los, porque para ele o artista tem de ser um educador, e ele se recusava terminantemente a intepretar um personagem que tivesse de falar Português errado.

De fato, nas poucas vezes que o vi na telinha depois disso (porque eu não sou de assistir televisão mesmo) pude observar que suas falas eram de correção gramatical de fazer corar o Professor Pasquale (embora eu goste mais do Professor Sérgio Nogueira).

Permita Deus que não morra com o corpo de Rubens de Falco a esperança de um futuro mais digno para a televisão brasileira e para a dramaturgia como um todo.

Administrador de sistemas, CEO da PortoFácil, humanista, progressista, apreciador de computadores e bugigangas eletrônicas, acredita que os blogs nunca morrerão, por mais que as redes sociais pareçam tão sedutoras para as grandes massas.

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