Temporada um de Heroes: “Gran Decepcione”

Já faz alguns dias — uma semana para ser mais exato — que foi exibido na América do Norte o episódio 23 de Heroes, o “Gran Finale”. Tá, okay, foi legal, mas eu acho que os produtores ficaram devendo muito no último episódio, se comparamos o fechamento da temporada com a expectativa criada nos 22 episódios anteriores.

Só para ficar nas poucas principais decepções:

  • havia uma expectativa de que o episódio final tivesse duas horas de duração, mas foi um episódio normal;
  • havia a expectativa de que o Hiro matasse o Sylar, mas ficou bem claro que ele escorreu para dentro de um bueiro feito uma barata;
  • ninguém explicou que bandalheira foi aquela de o Peter voltar invisível no passado e conversar com o morto que podia vê-lo;
  • ninguém demonstrou qual era o poder da Vovó Petrelli;
  • terminou a temporada e ninguém explicou como a Hana Gitelman lida com spam e outras formas de mensagens indesejadas;
  • não foi possível entender ainda o que é e para que serve a organização do Linderman (que teve o fim que eu esperava mesmo para ele).

Acontece que com um pingo de pesquisa e imaginação teria dado para fazer um final bem mais legal para a temporada. Prova disso é um comentário (do leitor marin) no artigo “Heroes Peter, Nathan and Sylar: back for season two” do site Heroes Revealed (o conteúdo foi apagado, infelizmente).

Este leitor propõe um final alternativo, em que no momento que aparece o mala do Nathan Petrelli (como o estereótipo do político sugere, oportunista e querendo ficar de bom moço e salvador da pátria) quem aparecesse fosse o Hiro, e teletransportasse consigo o Peter para algum lugar onde não houvesse pessoas (por exemplo, Sibéria, Tunguska); porém, como o Hiro sempre comete alguns deslizes ao lidar com seu poder (basta ver que no fechamento oficial da temporada ele se transporta para o Japão, de 300 anos atrás), ele acaba levando o Peter Balboa (sim, Israel, é por tua causa) para uns 99 anos antes, algo como o dia 30 de maio de 1908. Pesquisando na Wikipedia por aquela data… oh! Surpresa! Aconteceu mesmo uma explosão nunca explicada lá, chamada de Tunguska Explosion!

Contudo, o único que consegue viajar no tempo, agora que o Peter Petrelli virou patê, é o Hiro Nakamura. Não teremos um final bacana como esse que o cara imaginou, mas ainda temos o direito de torcer para que na segunda temporada, se não me engano prevista para 24 de setembro, os produtores evitem algumas coisas que nos irritam. No meu caso:

  • acho o Sylar um porre; se ele tiver de voltar que seja lá pela centésima décima nona temporada; a sacada do personagem foi legal para a primeira temporada, mas não me parece que um serial brain-eater convença em duas temporadas (há rumores de que ele vai voltar acometido de amnésia, e que por isso ele vai virar mocinho — o que até faz sentido, já que como eu disse em outro artigo é pro influência daquela mãe mala que ele virou o mala que é);
  • tomara que a Niki, se tiver de reviver o passado, tire a roupa diante da câmera do notebook, e pare com a viagem esquizofrênica de achar que tem outra por dentro;
  • tomara que o Micah não perca o interesse nos brinquedos adequados a meninos da sua idade devido ao seu poder (lembro que na época do MSX eu preferia descompilar os joguinhos e descobrir “pokes mágicos” que davam vidas infinitas a propriamente jogá-los — se eu tivesse o poder do Micah essa parte da minha adolescência teria sido um porre, e hoje talvez eu não fosse o geek que sou);
  • torço para que o personagem que apavora a Molly seja um vilão tão interessante quanto foi o Sylar na primeira temporada, mas que ele não se torne um porre como o relojoeiro se tornou;
  • que o Parkman sobreviva e caso não encontre mais a família vire garoto de programa, e que fique mais rico que a Niki graças ao poder de “adivinhar” os desejos das clientes, como o laboratório que ele fez em casa mesmo;
  • o DL se mostrou o personagem com mais personalidade, depois do Hiro, claro, ao resistir aos ferimentos a bala e ainda meter a munheca nos miolos do Linderman; espero que ele tenha uma participação maior na próxima temporada;
  • e, por fim, tomara que o Padre Quevedo invada a segunda temporada e desmascare todos os heróis, atestando veementemene que “líderes de torcida que se regeneram é coisa que non ekziste”.

Administrador de sistemas, CEO da PortoFácil, humanista, progressista, apreciador de computadores e bugigangas eletrônicas, acredita que os blogs nunca morrerão, por mais que as redes sociais pareçam tão sedutoras para as grandes massas.

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