Quando um amigo me disse que tinha um convite sobrando para o show de lançamento do novo CD do Ritchie (@ritchieguy no Twitter — siga que vale a pena) eu topei, sem saber ao certo o que me esperava. Agora só tenho a agradecer ao meu amigo blogueiro por ter me propiciado a oportunidade, porque a experiência que tive na noite passada foi algo tão bom que provavelmente falharei miseravelmente ao tentar descrever.
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Ritchie 60: o Disco
“Ritchie 60” é o título do mais recente trabalho do cantor que na década de 1980 fez muito sucesso com as eternas “Casanova” e “Menina Veneno”, entre outras. Inglês radicado no Brasil, Ritchie mantém um leve sotaque britânico, e escreve muito bem em Português (de fazer vergonha a muitos artistas lusófonos desde o nascimento que não conseguem ir além de rimas óbvias e pobres), mas preferiu neste disco gravar músicas em Inglês.
“Ritchie 60” porque o disco foi lançado no dia de seu seu aniversário de 60 anos (06 de março de 2012), e traz canções da década de 1960 que têm especial significado para o cantor.
Tecnicamente falando, eu não entendo nada de música — não sei diferenciar um C de um Dó, por exemplo — mas tenho um critério que me é inalienável: eu sei quando a música é boa, simplesmente isso.
E as quinze faixas de “Ritchie 60” são prazer puro para os ouvidos, desde a primeira até a última faixa. Ritchie faz parte de uma geração de músicos que uma vez tendo superado a “maldição dos 27 anos” a cada década se mostram em melhor forma do que antes. Aprecio muito mais o Ritchie sexagenário do que o jovem talentoso que ganhava as paradas de sucesso há mais de 20 anos.
Ritchie 60: o Show
No dia de seu sexagésimo aniversário, Richie presenteou seus convidados com um show exclusivo, durante o qual cantou as quinze faixas do novo álbum (e mais duas músicas extra, depois que a plateia cantou os Parabéns pelo seu genetlíaco — um beijo do gordo para quem adivinhar quais foram) e cópias do CD.
A música de abertura do show (“Summer In The City” — as músicas foram apresentadas na mesma ordem das faixas do CD) “fisga” imediatamente o espectador, com seu ritmo alegre, intenso, e a letra estimulante, na parte que fala sobre as noites de verão.
Depois disso é a oportunidade de ver o grande artista em sua grande noite, nervoso, trêmulo, visivelmente comovido, mas nem por isso menos à vontade no palco. Mas isso é só até ele começar a cantar a canção seguinte, pois toda sua energia encarna num intérprete emocionado e talentoso, encantando os espectadores com sua voz.
Música de verdade feita por meninos
Entre as surpresas do show, uma das que mais me marcaram foi a pouca idade dos músicos que acompanharam Ritchie no palco. Acredito que nenhum daqueles garotos tivesse mais de trinta.
Em tempos de autotunes e de vozes robóticas, presenciar aquela meninada acompanhando um veterano no palco, executando música de qualidade e esbanjando talento, é um verdadeiro sopro de esperança na alma de quem tem bom gosto e se vê abandonado pelo “mercado” musical atual.
Vinil
Outra surpresa foi saber que Ritchie está preparando uma edição do novo álbum em vinil, para agradar os aficionados a essa tecnologia.
Ouça online e compre
Ritchie é um músico independente, o que significa que ele faz o que quer e acha certo, mas não tem a força de uma gravadora obrigando as emissoras de rádio e tevê a tocarem sua música e provocando eventos que o ponham em evidência para a massa.
Entretanto, ele sabe usar as ferramentas que estão ao dispor de qualquer cidadão, entre elas a Internet e as redes sociais.
No site www.ritchie.com.br você pode encontrar muito material sobre o cantor e sua obra, principalmente o trabalho mais recente: vídeos, textos, fotos, “making of”, aplicativos para celular, e links para comprar online.
Por fim, só posso dizer a quem me lê: compre! O preço das faixas individuais é muito acessível, e o preço do álbum completo é ainda mais convidativo. E o prazer a que você vai se submeter ouvindo música de alta qualidade, de muito bom gosto, excede em muito os caraminguás que você vai gastar para comprar.
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