Resenha de Série: River

River é uma minissérie em seis capítulos produzida pela BBC e posteriormente adquirida pela Netflix. É estrelada pelo excelente Stellan Skarsgård (o Professor Selvig de Thor e de Vingadores) que interpreta o Inspetor John River, que tem uma característica muito peculiar: a de ver os "mortos".

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Acabei encontrando a série por puro acaso quando pesquisava por filmes de terror para ver em casa. Em algum site destes que indexam o conteúdo do Netflix acabei encontrando a sugestão, e resolvi assistir ao primeiro capítulo para ver se gostava. Ainda bem que o fiz.

Normalmente histórias de policiais na tevê (e no cinema) giram em torno de um personagem com habilidades fantásticas (como a xarope aquela do “Unforgettable”, que não esquece de nada nunca) ou de um cara com problemas existenciais ferrados. John River tem os dois.

A exemplo do que ficou popular em “Uma Mente Brilhante”, que conta a história do matemático John Nash, River tem alucinações visuais e auditivas. Ele vê pessoas. Só que não necessariamente gente morta: o que ele vê são projeções do seu inconsciente de pessoas que já morreram, ou ele pensa que já. Estes personagens ajudam River a trazer à consciência elementos que ele já conhece sobre os casos em que trabalha, mas que normalmente ficariam numa camada oculta do inconsciente.

Naturalmente, essa característica trouxe muitos problemas à vida dele, potencializando seu comportamento recluso e isolado. E no momento mais difícil de sua vida recente, logo após presenciar o assassinato de sua parceira Steve (interpretada por Nicola Walker), ele tem que lidar com os “fantasmas”, com o luto e com as incertezas que a investigação do crime acabam trazendo.

Eu esperava um thriller do tipo “Sexto Sentido” ou “Os Outros”, mas acabei encontrando uma obra em que a psicologia dos personagens é mais importante que sustos ou assombrações. As atuações são muito boas, e todos os ingredientes da trama, tais como: drama, mistério, alívio cômico, etc., são muito bem dosados. Não há excesso de nada: nem de violência, nem personagens, nem de explicações.

Gostei muito do que vi. Recomendo.

Administrador de sistemas, CEO da PortoFácil, humanista, progressista, apreciador de computadores e bugigangas eletrônicas, acredita que os blogs nunca morrerão, por mais que as redes sociais pareçam tão sedutoras para as grandes massas.

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