FBI invade datacenter no Texas em busca da cópia de Wolverine

Escrevi anteontem um post dando conta que Pirataria põe filme na Internet um mês antes da estreia no cinema, comentando sobre o vazamento de uma cópia inacabada do filme “X-Men Origins: Wolverine” para a Internet — faltariam algumas cenas, a trilha sonora seria temporária, e alguns efeitos especiais estariam inacabados.

Como era fácil de prever, a 20th Century Fox não tardou a começar a caça aos responsáveis, que resultou com o FBI invadindo um datacenter no Texas, supostamente para obter regitros relacionados à divulgação do filme, que segundo consta teria qualidade de DVD.

Fico pensando na reação do dono do datacenter Core IP Networks, Matthew Simpson. Segundo li, o FBI invadiu a casa e a empresa do cara ontem (sábado), com um mandado de busca e apreensão para milhões de Dólares em equipamentos de informática. Os federais não disseram ao Simpson por que estavam lá, apenas que estavam investigando uma empresa que no passado comprara os serviços da Core IP Networks, usando-os (os serviços) para piratear filmes e software.

O pior é que os equipamentos que foram levados nem eram do Simpson, pelo menos não só dele: os agentes levaram servidores pertencentes aos clientes, chegando a ameaçar alguns usuários que foram lá pessoalmente verificar por que seus sites estavam offline — basicamente serviços de telefonia.

Segundo artigo do Ars Technica, a origem do vazamento estaria localizada numa empresa australiana, a Rising Sun Pictures, que estaria trabalhando nos efeitos visuais do filme, mas que já não seria mais cliente do Mr Simpson há muito tempo.

Uma coisa que assusta é que diferentemente dos casos de processos contra sites de torrents — o que lhes dá muita publicidade gratuita — desta vez o FBI foi lá e pôs abaixo o funcionamento de todo um datacenter, sem — segundo o próprio Simpson — nem ao menos contactar os responsáveis pela empresa com antecedência. Mesmo que a empresa responsável pelo vazamento da cópia do filme ainda fosse cliente do datacenter, os agentes não se preocuparam com o fato de que muita gente, clientes das empresas de telefonia clientes do datacenter, ficaram até mesmo sem o serviço de chamadas de emergência (911).

Não que eu fique assim tão admirado com esse tipo de atitude. Por aqui já vimos bloqueio ao YouTube, lei azeredo, e outras barbaridades.

Mas eu jurava que num país cuja publicidade se baseia na “valorização” de seus cidadãos, sem nenhum receio de parecer xenófoba, as arbitrariedades seriam bem menos descaradas.

Administrador de sistemas, CEO da PortoFácil, humanista, progressista, apreciador de computadores e bugigangas eletrônicas, acredita que os blogs nunca morrerão, por mais que as redes sociais pareçam tão sedutoras para as grandes massas.

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