“Dilema” da Netflix: é ruim mas é boa

Série da Netflix estrelada por Renée Zellweger é previsível, cafona e na maior parte do tempo não faz o menor sentido. Mas mesmo a vontade de “maratonar” impera.

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Não será a primeira vez que uma única artista terá segurado uma produção inteira. O problema é que poucas produções da Netflix caem nessa estatística: a maioria tem sido só ruim, mesmo.

Ranços à parte, Renée Zellweger interpreta a milionária Anne Montgomery, que fez fama com seus livros de autoajuda que apelam para a agressividade e para uma ética, digamos, “questionável” — de botar a própria ambição e os ganhos pessoais acima de quaisquer outros valores.

A história começa com fortes referências a Proposta Indecente, porém os gêneros são trocados: a coroa ricaça oferece uma ajuda de 80 milhões de Dólares para salvar a empresa de biotecnologia de uma cientista idealista com a condição de passar uma noite com o marido dela.

Só que em Dilema nada é o que parece ser à primeira vista, nem os casamentos de comercial de margarina, nem os casos extraconjugais, e menos ainda a coroa rica e poderosa que não teme nada nem ninguém. A cada episódio mais informações vão se revelando, e apesar da previsibilidade do roteiro o espectador não consegue sair da frente da tevê.

A série apresenta três núcleos principais: a ricaça Anne, a cientista com passado trágico Lisa e o misterioso marido Sean; o irmão adotivo de Lisa, Marcos, que é casado com o próspero Lionel, que arriscam seu relacionamento ao convidar um terceiro homem para sua cama; e por fim a amiga Angela, casada com Todd por muitos anos, mas que tem um caso secreto com seu chefe.

O casal de mocinhos em sua interpretação, digamos, pouco inspirada

As duas histórias paralelas parecem ser completamente dispensáveis na trama. Talvez tenham sido criadas apenas para aumentar a quantidade de capítulos, ou talvez não tenham sido exploradas o suficiente. Jamais saberemos.

O fato é que Renée Zellweger parece divertir-se muito encarnando a personagem principal de Dilema, sempre nos seus saltos altíssimos, sempre chiquérrima e linda, sempre sussurrando, tornando-se aquela vilã que todos amam.

Administrador de sistemas, CEO da PortoFácil, humanista, progressista, apreciador de computadores e bugigangas eletrônicas, acredita que os blogs nunca morrerão, por mais que as redes sociais pareçam tão sedutoras para as grandes massas.

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